RELATOS DA MADRUGADA: Nana Neném.
Relato de Julio Milek, enviado em 9 de abril de 2009.
Bem, o que eu estou prestes a relatar aconteceu com um grande amigo meu de infância, na época ele tinha uma chácara em Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba) herdada dos avós e conservada com muito esmero e cuidado por ele e por sua já falecida mãe, que transformou o lugar numa belíssima plantação de laranjas, muito boas por sinal ...
Na época (meados de Junho de 2004) o casarão (principal construção do terreno) ainda estava em obras, não haviam camas, instalação elétrica, nem muitos móveis. Nos fins de semana ele e a mãe costumavam ir até lá p/ acompanhar a reforma e dormiam em sacos de dormir num dos quartos da casa.
Numa dessas noites, por volta das 2:00hs da madrugada, meu amigo acordou com estalos no quarto ao lado. Os sons eram muito altos, alguém parecia estar andando por ali pisando bem forte no chão, dando pulos pra falar bem a verdade.
Ele, muito assustado, resolveu conferir o que era. Saiu bem devagar do saco desabotoando-o com cuidado, ergueu-se do chão e com uma vela na mão, começou a caminhar, passo a passo, em direção ao quarto. O chão rangia a cada movimento, e naquele breu, os sons do chão acabam se confundindo com os do ambiente, qualquer coisa passa pela cabeça nessa hora ...
Ha dois passos do quarto, os sons pararam de repente e ele, pra saciar a curiosidade, abriu a porta de supetão. Olhou num canto, no outro, pelo chão, pelo teto e nada.
Pois bem, ele voltou para o quarto, tomou um gole de água e voltou a dormir.
Aproximadamente às 5:00hs da manhã ele despertou abruptamente e os sons pareciam estar mais próximos, bem mais próximos.
Os estalos parecidos com passos estavam agora dentro de seu quarto!
Ele vagarosamente sondou o local e ao olhar na direção da janela ele estremeceu. Alí havia a silhueta de uma mulher. Com medo e trêmulo ele começou a reparar naquela aparição.
A mulher tinha os cabelos louros, olhos amendoados e vestia um vestido branco, esfarrapado e sujo.
Em choque ele se fechou no saco de dormir, cobrindo a cabeça. Suando frio ele começou a rezar em silêncio, apavorado a ponto de, segundo o mesmo, urinar nas próprias calças. Então, quando tudo não parecia piorar a mulher começou a cantar.
A voz dela era rouca, muito rouca e ela cantarolava algo que lembrava uma canção de ninar, contudo os sons saiam de forma inteligível. Cerca de meia hora depois o canto e os sons de passos cessaram por completo. Ele levou mais uma hora pra tomar coragem e abrir o saco, sondando novamente o quarto.
A mulher havia partido.
O dia estava amanhecendo e ele, exausto, finalmente caiu no sono.
Sua mãe não notou nada de estranho naquela noite.
A mulher não voltou a aparecer.
Este meu amigo até hoje, cinco anos depois (2009), ainda tenta identificar aquela estranha mulher que do nada apareceu em sua casa, olhou para ele, cantou uma canção de ninar e então desapareceu misteriosamente.
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