Caso Wanice: Um caso de Assombração Psíquica

Em 16 de janeiro de 2009 recebi a mensagem desesperada de uma jovem chamada Wanice (sobrenome suprimido por questão de privacidade) que parecia atormentada por fenômenos sobrenaturais.

Leiam a mensagem na íntegra.

"Gostaria de ter sua opinião sobre um assunto... mudei pra uma casa nova e a algum tempo atrás ao me deitar a noite ouvi batidas no guarda-roupas e quando eu ligava a luz a batida parava e ao desligar continuava rezei muito e o barulho parou e a uns dias atrás tenho sentindo como se tivesse alguem me seguindo, não tenho tanto medo pq quando eu era criança via muito esses vultos na casa de minha vó pois meu avô via tbm e eu sentia a presença deles mas eu queria uma explicação sobre isso..." Wanice.

Imediatamente telefonei ao psicólogo e amigo C.P que imediatamente prontificou-se a se encontrar comigo.

Uma das questões levantadas seriam sobre o desenvolvimento do cérebro infantil. Pesquisas recentes afirmam que crianças ainda não tem a linha que separa verdade de imaginação bem nítida, podendo fazer com que fantasias mesclem-se à realidade fundindo-se nas memórias que ela levará para a vida adulta.

Esta questão foi levantada devido a mesma dizer que via vultos desde a infância e talvez influenciada pelas histórias de seu avô, que afirmava ver espíritos, este trauma tenha criado uma ilusão que persistiu até o momento em sua vida.

Alguns outros fatores em sua mensagem também nos dão pistas sobre o gatilho que desencadeara esta onda de assombrações:

Ela havia se mudado para uma casa nova.

O ser humano, mesmo evoluído, ainda tem sua parcela animal, seu instinto de preservação. Sempre que adentramos um terreno desconhecido, mesmo que este terreno seja um novo imóvel, nossos organismo entra em estado de alerta.

Qualquer ruído estranho, barulhos desconhecido à noite ativam nossos medos para que possamos buscar medidas de segurança e possamos proteger nossa vida. Puro instinto animal.

Wanice sentia pessoas a perseguindo, ruídos estranhos e estes fenômenos atingindo seu psicológico a colocavam cada vez mais em uma roda de ratos. Por mais que ela corresse não conseguiria se livrar da "assombração" e talvez o fenômeno até piorasse. Na pior das hipóteses Wanice poderia gerar um fenômeno Poltergeist que poderia se tornar incontrolável e até violento com o passar do tempo.

CP recomendou algumas medidas para que ela aliviasse a mente, mas pediu-me gentilmente que não as apresentasse de maneira tão direta pois isso podia fazer com que ela se sentisse uma pessoa mentalmente perturbada, podendo até magoá-la, o que não era minha intenção.

No final do dia, após a conversa com CP, enviei-lhe o seguinte pedido:

"É possível que você esteja com problemas energéticos.

Sugiro que faça uma limpeza física e espiritual:

-Beba bastante água e coma alimentos frescos e leves;

-Afaste-se de discussões ou qualque fontes de stress;

-Evite programas de TV ou filmes que possam gerar tensão ou que te despertem sentimentos negativos;

-Encontre fontes de "energia positiva" para nutrir seu espírito (Falar com bons amigos, ver uma comédia, ect etc.)

-Quando for rezar (sabendo que ela se apegava à orações e à sua fé) não peça nada que não seja realmente necessário e ore muito pelas almas que estão perdidas ou confusas, peça que sejam iluminadas e que encontrem seu caminho, ore pelos amigos, parentes (...) mas lembre-se que pedindo pelos outros somos beneficiados (...) contanto que seja com sinceridade.

Tente isso por uma semana e depois volte a falar conosco sobre os ocorridos, ok?

Abraço."

Wanice decidiu fazer um diário durante este período e enviou-me. Segua abaixo trechos do mesmo:

"21/1 - estava na cozinha, senti uma aproximação, virei as costas e não vi nada.

Senti novamente e (...) vi uma especie de vulto preto (...) foi muito rapido fiquei gelada meu coração começou a bater forte, depois meu marido chegou e comentei pra ele. Ele disse que foi so impressão minha (...). Chegou a noite e fiz exatamente o que Audrey disse... rezei e ofereci a oração as almas e a meus familiares. Não dormi muito bem passei a noite sonhando coisas ruins.

22/1 - (...) tomei café e meu marido me levou ao trabalho e (...) senti algo me perseguindo, falei a minha mãe e ela disse que era meu anjo da guarda (...). O resto do dia foi calmo a noite rezei novamente..

23/1 - Feriado (...) em minha cidade fui a procissão, entrei na igreja e rezei muito pedi proteção a mim e a toda minha familia... não senti nada nesse dia a noite rezei novamente....

24/1 - foi tranquilo não houve nenhuma movimentação e nenhum vulto; a noite rezei novamente..

25/1 - Parece esta mais tranquilo. Não ouço mais nenhuma movimentação, mas a noite ao me levantar de madrugada senti uma presença, sabe acho que não é nenhum espirito maligno, às vezes penso que minha mãe tinha razão e talvez seja o meu anjo da guarda me protegendo...a noite rezei novamente.

26/1 - não teve nada de anormal... "

Após esta postagem em seu diário, Wanice calou-se por aproximadamente duas semanas.

Resolvi lhe escrever, perguntando sobre o motivo de sua ausência. A resposta foi breve porém animadora:

"Audrey,

As manifestações pararam. Acho que vc tinha razão, agradeço a vc muito beijosssssssssssss"

É possível que as questões levantadas por mim e CP estivessem corretas e tais assombrações seriam apenas reflexos de traumas, fantasias infantis e a excitação de estar num local novo, iniciando uma nova etapa de sua vida.

Poderia Wanice estar sendo realmente assombrada por um espírito? Talvez, mas anima-me saber que a cada contato esporádico que tenho com esta pessoa ela sempre me afirma a mesma coisa: Tudo está bem.

Às vezes para resolvermos um caso de assombração não é necessário intervenções invasivas, rituais arcaicos e de resultados duvidosos ou mesmo parafernálias que servem apenas para registrar fenômenos a custa de tempo, logística e dinheiro, normalmente não ajudando realmente quem está sofrendo tal mazela, mas servindo apenas para a pesquisa e confirmações, muitas vezes as custas de pessoas com problemas sérios.

Precisamos humanizar a pesquisa sobrenatural não entrando com dois pés em casos que podem ser resolvidos com medidas simples. Tenham sempre o bem estar do semelhante em primeiro lugar e o ego científico pode ficar para depois.

Até breve!


Comentários

Anônimo disse…
quando vejos filmes de terror ou essas coisas sobrenaturais nãoo consigo dormir pq sinto essas coisas?? oque faço para me sentir confortavel sou criança
Pedro Rodrigues disse…
Não me lembro o dia mas foi em Setembro de 2007,meu primo me tinha contado uma história de um cachorro branco brilhante com os olhos azuis em sua casa;
Eu não acreditei,mas no mesmo dia voltando de uma festa na igreja eu passei por uma data vazia e ouvi um ruido.
Eu achei que era um bebado mas quando olhei vi um cachorro 2 vezes maior do que um pitbull olhando para mim eu deseperado corri até minha casa.Chegando em casa minha vó me perguntou nossa como você está palido,mas eu não respondi só falei que vi uma imginação de assombração;
Steammoon disse…
Fico feliz por existirem pessoas que tome esse tipo de atitude para ajudar sem ser desagradável.
Uma boa parte dos casos podem ser resolvidos assim.Bela iniciativa.