Assombrações na Fábrica abandonada.
A Trol fora uma grande manufatura às margens da Rodovia Anchieta, a qual criava em sua linha de produção o sonho de muitas crianças das décadas de 1960, 1970 e 1980.
Eram fabricados triciclos (o famoso Velotrol), carrinhos de plástico, miniaturas dos carros da época e também eram fabricados diversos jogos de tabuleiro de mesa.
Pertencente ao finado ministro Dílson Funaro, a fábrica entrou em falência no início dos anos 90.
Muitos funcionários com anos de casa perderam seus empregos, ficando desempregados em uma época de crise no país.
Hoje o terreno da antiga fábrica de brinquedos Trol está abandonado, tendo galpões demolidos ou abandonados em ruínas. O terreno dos galpões e da adminstração hoje estão tomados pela vegetação local.
A fabrica localizada na Via Anchieta (São Paulo/SP), próximo aos Campus da UNIP, UNIBAN e Metodista hoje em dia é um reduto de lendas sobre aparições e entidade.
Em Abril de 2007, discutia o sobrenatural com minha noiva, em uma praça rodeada por salgueiros chorões, sensivelmente próximo a um dos galpões ainda em pé e ela lembrou-me deste local, da “fábrica abandonada”.
Resolvemos então sem exitação, às 20h40 daquela noite, visitar o galpão.
Atravessamos uma passarela que cruza a Via Anchieta, próximo ao hospital psiquiátrico “Charcot” (local também conhecido por fenômenos sobrenaturais) chegando à rua sem saída que levava ao galpão. No final da rua, onde havia um vão entre o muro e a cerca do terreno, notamos uma “macumba” ou uma oferenda de algum outro tipo de ritual. Consistia de um crânio canino junto à milho, jarros de barro, etc.
Segue abaixo a transcrição dos fatos ocorridos.
- 20h45 – Entramos no terreno do galpão. O mato é alto. Existe uma trilha por entre o capim que leva ao interior da construção.
- 20h50 – Interior do Galpão.
Trepadeiras sobem pelas colunas e restos de telhados ainda em pé. O entulho está espalhado por toda a parte. Apesar de ser um local bem aberto o ar é pesado e um odor acre domina o ambiente, despertando uma sensação incômoda e causando calafrios que percorrem meu corpo. A única iluminação era a gloriosa Lua Cheia que pairava acima de nossas cabeças em um vão causado pela queda de uma telha. Conseguimos ver à aproximadamente 10 metros, uma “casinha”, não sabemos se é uma sala de apoio, casa de zelador ou a administração do galpão. Subimos nos entulhos indo para o extremo oposto da casinha. - 21h00 – Estamos em uma plataforma mais alta, do lado oposto da casinha. Conseguimos vê-la nitidamente ao longe. Minha noiva relata sensação de frio.
- 21h15 – Minha noiva relata ver uma garotinha de relance, andando no meio do entulho. Peço que ela saque a câmera fotográfica e comece a bater fotos.
A máquina não consegue tirar nenhuma foto. A bateria se mostra descarregada (coincidência, falta de atenção ou atividade eletromagnética interferindo nos equipamentos?)
Tentamos fotos com o celular. Todas muito escuras e com qualidade péssima. Desconsideramos a possibilidade de tirar fotos naquela noite e nos concentramos mais em sensações. - 21h25 – Vejo pontos luminosos vermelhos e amarelos dentro da casinha. Estes pontos movem-se como vagalumes.
- 21h30 – Uma silhueta humana surge na porta da casinha. Iluminado pela luz da lua só consigo ver parte de um dorso e uma perna que sugere um homem, de aproximadamente 1,70m e com idade entre 45/60 anos (sem a possibilidade de ver o rosto fica difícil ter mais precisão quanto à idade). Pergunto em voz baixa se minha noiva está vendo o homem na porta da casa. Ela diz que não.
- 21h35 – Novamente vejo o homem na porta, ele entra na escuridão, do lado de fora da casa. Minha noiva afirma ter visto de novo a garotinha correndo próximo à plataforma na qual nos localizávamos.
- 21h37 – A adrenalina está alta. Decido partir e remarcar uma expedição com mais pessoas e equipamentos para averiguar nossas visões e sensações. Saímos de lá rapidamente.
- 21h40 – Ao sair do terreno do galpão sinto uma ardência no meu pulso esquerdo. Coço e ignoro.
- 21h45 – Estamos na passarela, voltando para o outro lado da Via Anchieta. A ardência leve continua. Olho para o meu pulso e noto 4 pequenos arranhões. (Coincidência? Me feri no sítio e devido a adrenalina só percebi na segurança da rua? Ataque sobrenatural de um espírito?).
Buscando nova luz sobre o caso abri tópicos em diversas comunidades, atraindo interesse de algumas pessoas entusiastas da pesquisa sobrenatural, charlatões dizendo-se “caçadores de mistérios” e até mesmo de Ufólatras.
- Por quê não tiramos fotos?
- Por quê demorei quase 1 ano para relatar o ocorrido?
- Por quê eu me negava a voltar lá com uma equipe?
Bem, para a pergunta 1 a resposta está no relato. Para a segunda foi apenas a sensação que era mais um caso, não vi grande importância que gerasse comoção ou atritos, como aconteceu nas comunidades onde a história foi exposta.
Em julho de 2008 uma duplas de investigadores amadores (hoje membros do N.A.P.S) resolveram ir pesquisar o caso.
Em 14/07/2008 uma expedição com 3 pessoas compareceu à Fábrica Trol. Segue abaixo o relato retirado do site “Além da Imaginação”, propriedade do membro do N.A.P.S Antônio Carlos:
“Para verificar se as histórias sobre o local (Trol) eram ou não verídicas, eu (Antonio Carlos), um grande amigo (Ednaldo) e uma grande amiga (Fernanda), fizemos uma visita no terreno da antiga fábrica (...)
Nesta primeira visita, comparecemos durante o dia, pois como não conhecíamos o local, decidimos que esse horário seria o ideal para se realizar um reconhecimento do terreno, e caso algo fosse captado, voltaríamos outro dia à noite com mais equipamentos e pessoal.
Chegamos ao terreno abandonado da antiga Fábrica da Trol, onde encontramos alguns "moradores" no local, os quais estavam instalados no antigo escritório da empresa (também em ruínas). (Obs.: O local onde a expedição compareceu não era o galpão onde eu fui, mas sim a administração da fábrica, cerca de 2 quadras de distância)
Pedimos "permissão" para visitar o local, e conversamos com uma moradora, a qual disse que à noite ouvia ruídos estranhos (...) e também no terreno, sendo que seu cão latia sempre (...)
Essa foi a primeira indicação que realmente havia algo de estranho no local.
Seguimos então fazendo um reconhecimento no terreno (...) coberto pelo mato e possuindo várias marcas dos alicerces dos antigos galpões (...)
(...) filmamos e fotografamos vários locais, cantos, matas e detalhes do terreno, com zoom e sem zoom, de toda forma, sendo que alguns fatos estranhos aconteceram.
Minha amiga Fernanda, sensitiva (...) chegou à ouvir vozes em uma mata no fundo do terreno, mas não conseguiu compreender o que estavam dizendo.
Em certo momento me afastei dos meus companheiros, me dirigindo ao portão principal (...).
(...) Ednaldo e a Fernanda estavam no fundo do terreno filmando (...)
Nesse momento, a Fernanda olhou em direção ao antigo escritório da fábrica, o qual fica próximo à entrada principal e viu uma pessoa de camiseta branca descendo e se dirigindo para a mata. Então ela chamou o Ednaldo e disse que eu (o Antonio Carlos) estava voltando. (...) Ednaldo disse à ela que eu não estava com camiseta branca e sim preta. Quando olharam novamente aquela "pessoa" havia desaparecido. Então me contataram pelo rádio, sendo que eu estava na rua em frente manobrando o carro.
Perguntamos às pessoas do local, e ninguém estava com camiseta branca nesse dia. E havia pouquíssimas pessoas por lá, apenas a "moradora", seu marido e algumas crianças. E no local para onde aquela suposta "pessoa" se dirigiu não havia nada, apenas mato e um pequeno córrego no fundo. Outro detalhe interessante é que a pessoa realmente se parecia comigo (Antonio Carlos) até no jeito de andar.
Verificamos posteriormente as filmagens, e dá para se ver nitidamente no canto da tela a pessoa de camiseta branca descendo, e se olhando com atenção, verifica-se que realmente se parecia comigo (...) a filmagem se interrompeu naquele momento, pois a Fernanda (...) não havia percebido o detalhe da camiseta branca e acionou o "Stop" (...).
Mais adiante, foi tirada uma outra foto, a qual está a seguir e pode-se verificar ao fundo um vulto branco, ampliando-se o Zoom, notamos que o vulto está "flutuando" na mata e tem uma silhueta branca, com a cabeça baixa, como pode ser observado na fotografia publicada aqui.
Tem que ser salientado, que não houve montagem alguma nessa foto, nem adulterações e nem o intuíto de se "criar" algo para impressionar as pessoas.
É uma foto 100% legítima, pois o nosso objetivo em investigar o local foi de colher provas reais e verdadeiras sobre as aparições que circulam pelo local relatadas por diversas pessoas.
A filmagem tem que ser tratada para se selecionar a cena com o "homem de camiseta branca", e posteriormente será publica no site. (Obs.: Ainda não publicada)
Concluímos então que realmente existem atividades paranormais no local, e caso seja feita uma visita noturna, com certeza mais registros poderão ser captados.”
Imediatamente Ferreira criticou a empreitada conforme abaixo
Imaginei que a investigação que fariam seria a noite. (...) fizeram (...) de dia, onde tem uma dissipação de energia natural do ambiente onde caso haja spectros ficam nulas. Achei que fariam a noite (...) 03:30 ou preste a aurora do dia.
Explicando os fatos (...) : No caso do possível vulto provavelmente um pombo voando que foi captado, e o tal individuo pode ser alguém que circula nas redondezas.
Porém fica o seguinte:
Nenhuma foto dentro do local (...). Só a foto da entrada (...) dá a impressão que chegou na porta e não foi adiante. Suponho que houve receio ao entrar (...) Se for engano meu aguardo outras fotos do local.”
As colocações misticóides e viciadas de círculos de pesquisas que nada tem a ver com a pesquisa sobrenatural séria, ao menos levantaram alguns questionamentos à equipe que esteve no local pouco antes se tornarem colaboradores do N.A.P.S.
Indaguei sobre a questão do local não ser o mesmo que eu visitei, então resolvemos renomear os locais como sítio A (O que eu visitei) e sítio B (o da expedição de Antônio e Fernanda).
Visualizar Trol- Sítio A em um mapa maior
(Através do Zoom Out é possível conferir a distância entre os 2 sítios)
Foi relatado pelo Antônio que o vulto branco que poderia ser uma pomba, conforme análise preliminar de Ferreira, também aparecia no vídeo onde podia se ver claramente que não era um animal e sim algo estático e amorfo.
Em 16/07/2008, Ferreira voltou a analisar o caso, lançando um novo mistério no ar.
“Sobre a foto:
Pelo que a Equipe captou pelo jeito não foi um Fantasma (sinto).
(...) vcs captaram um registro iônico, feito por algo que não é sobrenatural mas sim fisico. porque o mesmo objeto tem um camada em volta.”
Indagado sobre o que seria este “registro iônico feito por algo físico” Ferreira uniu a pesquisa sobrenatural à ufologia de uma maneira inédita, pelo menos para nós do N.A.P.S.
A análise foi retirada das comunidades, contudo Ferreira manteve em seu álbum de fotos a imagem analisada pelo "ufólogo" (ufolesado, ufólatra) Luciano Pera Houlmout (Foi difícil de se encontrar o responsável pela análise visto que o suposto ufólogo é recluso e visto com maus olhos pela ufologia séria, me pergunto qual a razão disso?).
Segundo o ufólogo trata-se de "um registro iônico de um traje espacial alienígena que estava camuflado (!?)".
Segue abaixo a gloriosa análise:
Brincadeiras à parte, resolvi eu mesmo submeter as fotos a uma análise crítica e realista.
Na análise inicial, feita em 10/10/2008 constatei que na imagem fornecida haviam 2 anomalias e não somente uma.
Contudo com a foto original, sem zoom, em mãos, percebi que as supostas aparições eram muito pequenas comparadas com o ambiente onde estavam conforme segue análise abaixo:
A análise foi feita em 20/10/2008 e apesar de ser bem conclusiva ainda não é definitiva. Como a imagem não está com uma qualidade resumirei as considerações aqui.
- As duas figuras tem entre 13 e 30cm, impossibilitando a possibilidade de serem manifestações ectoplasmáticas de uma pessoa. Poderíamos, usando muito a imaginação, aceitar que seriam Orbs ou Rastros ectoplasmáticos de alguma entidade, mas sem maiores condições, essas possibilidades não devem ser consideradas.
Os objetos não seriam manifestações.
Não ocorreram novas expedições ao sítio B.
Resolvi visitar novamente o sítio A em 29/03/2009 e constatei que o galpão e a casinha haviam sido demolidos e o terreno terraplenado.
Atualmente olhando pelo Google Maps é possível notar que aparentemente o sítio B teve o mesmo destino.
O caso Trol permanece uma incógnita em partes agora impossível de ser analisada.
Ainda restaria o sítio B (caso não tenha sido totalmente demolido), mas o local é habitado por sem-tetos amistosos mas ao mesmo tempo arredios. Uma grande exposição poderia gerar problemas para os mesmos visto que ocupam o terreno sem autorização.
Este foi o primeiro caso “oficial” do N.A.P.S e até o momento um dos mais controversos.
Minhas conclusões sobre o que experimentei:
- Pontos luminosos, vulto de um homem com camiseta branca e vulto de uma garotinha:
Poderiam ser pessoas reais, exceto a menina que poderia se apenas um truque ótico unido ao clima e à adrenalina correndo.
Poderiam ser legítimas manifestações.
Poderiam ser truques da nossa mente.
- Arranhões:
Podem ter sido causados por mim mesmo quando cocei ou mesmo em algum espinheiro do terreno, infelizmente não sei dizer, não me lembro de ter encostado em nada.
Poderia ser realmente uma interação com uma entidade espiritual.
Até que novos dados apareçam, o caso Trol está arquivado.
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